quarta-feira, julho 11, 2007

Quem conhece o trajecto da norueguesa Hanne Hukkelberg e as circunstâncias por detrás de cada um dos seus discos estará certamente à espera de um concerto que se apresente como uma espécie de narrativa de viagens. Isto porque os dois longa-duração espelham o dia-a-dia da cantora em duas cidades distintas que serviram de pano de fundo ao seu trabalho: Oslo e Berlim. Em 2005, Hukkelberg reunia diversas impressões que coleccionava das suas contemplativas observações a Oslo - a maioria delas associadas aos trajectos de bicicleta que a norueguesa fazia pela cidade - e arquitectava uma estreia em disco curiosa, com captações de sons do dia-a-dia. Dois anos mais tarde, Berlim é objecto do olho clínico da cantora que para lá se mudara de malas e bagagens beneficiando de uma bolsa do estado norueguês. Muda o cenário, mantém-se o método de criação: sons pré-gravados de ruídos captados aqui e ali (falamos de máquinas de escrever, vidros a tilintar, aros de bicicletas...) são entrosados na composição de temas propondo paisagens visuais.


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